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Leitura de Aura

O papel do professor

No teatro da escola, a professora de música se prepara para o início da aula sentada ao piano. Atrás dela, o coral de crianças aguarda ansiosamente. Um dos alunos cutuca empolgado a professora pelo ombro, quer cantar pra ela um princípio de música que lhe veio à cabeça. Mas ela não consegue dar atenção, está aflita tentando ler e entender o que está escrito na complexa partitura sugerida pela escola. O garoto insiste. E ela, irritada, desiste da pauta e olha pra ele, que canta:

– Do! Ré!

E a professora reproduz no piano as notas sugeridas

– Do! Ré!

Ao ouvir no instrumento o som que estava em sua cabeça, ele fica fascinado… e continua:

– Miiii.

A colega do lado, emenda:

– Fá!

E assim começa a aula de piano. E a professora entende que seu papel é muito mais simples do que exigem as escolas.

Autoconhecimento Leitura de Aura

Hora do recreio

Na sala de aula, na frente de uma grande fileira de carteiras, a professora escreve na lousa e explica alguns conceitos aos alunos. Sentada na cadeira de madeira, a menina escuta atentamente e faz anotações. Mas a aula é massante, chata. A classe toda parece  desinteressada.

Buscando algum conforto, ela olha pelo vidro da janela e observa os alunos que já estão brincando no pátio. A tão sonhada hora do recreio estava por vir! Ela olha pro relógio na parede, olha pra professora. Até que finalmente, bate o sinal e as crianças saem correndo em fuga…Do lado de fora, na grama, é a maior festa! Elas pulam corda, correm, jogam futebol, giram em roda. Como é bom poder brincar e fazer o que quiser.

Mas minutos depois, a professora chama os alunos de volta para sala, batendo palmas. A menina respira fundo, entra e volta a sentar na mesma carteira. A aluna continua e ela segura o queixo com as mãos pra tentar prestar mais atenção e não pegar no sono.

Foi assim durante toda a vida escolar.

Hoje, mulher adulta, ela chega cedo no escritório para trabalhar todos os dias. Sentada na cadeira, de frente para o computador, ela digita rápido e realiza suas tarefas com eficiência. Está cansada, mas o sentimento de obrigação e normalidade a fazem continuar. Depois de horas de trabalho, entediada, ela resolve dar um tempo e busca no computador opções de lazer para o fim de semana e destinos de viagens para as férias. Continua sempre a espera da hora do recreio.

o que é leitura de aura
Leitura de Aura

Conheça a Leitura de Aura

Antes de explicar como a leitura funciona, é fundamental saber o que é aura. Todo ser humano tem, além do corpo físico, um campo energético onde estão localizados dezenas de centros de energia, conhecidos como chakras, e onde ficam registradas informações sobre nossos estados físico, emocional, mental e espiritual. Aura é o nome dado a esse conjunto de camadas energéticas.

A leitura de aura é uma poderosa ferramenta terapêutica em que, através da meditação, acessamos esse campo energético e visualizamos imagens e mensagens que podem trazer muita clareza sobre o momento que estamos vivendo. É uma forma privilegiada de abrir espaço para ouvir o que nosso espírito tem para nos dizer. Aqui neste espaço falarei mais sobre a leitura de aura e sobre o que estou aprendendo com essa incrível ferramenta.

Se quiser experimentar uma leitura de aura, escreva para contato@espiritualidadepratica.com.br

 

 

Leitura de Aura

O retrato de Deus

Logo que comecei a fazer leituras de aura, me surpreendi muito com as imagens que apareciam no sétimo chakra das pessoas. Esse centro de energia, que fica localizado no topo de nossas cabeças, é justamente o canal que nos conecta com a energia divina.

Apesar de ser algo impossível de compreender racionalmente, as imagens mostravam momentos em que as pessoas tinham uma pequena amostra desse mistério que chamamos de Deus. Descrevo aqui algumas delas:

bebe1Na aura de uma amiga grávida, veio uma cena em que ela estava num parque, em um dia ensolarado, vendo emocionada o seu bebê dar os primeiros passos. Ela ajudava a criança a caminhar e sentia um misto de emoção/orgulho e, ao olhar para o marido, veio uma deliciosa sensação de pertencimento àquela família. A mensagem dizia que, com a maternidade, ela experimentaria um amor tão grande que faria com que ela acreditasse e sentisse a existência de Deus. Traria aquela sensação de que tudo faz sentido e uma enorme gratidão.

Em outra leitura, de uma amiga escritora, apareceu uma folha de papel num caderno com as frases: “Deus é o tudo e o nada. É o vazio que preenche”. Simples assim. Ela disse que já tinha intuído aquelas frases uma vez enquanto escrevia um texto, mas nunca as tinha escrito ou compartilhado com ninguém.

Outra imagem marcante foi na leitura de um rapaz em que, neste chakra, apareceu uma imagem do espaço. Parecia uma foto retirada do site da Nasa: o céu bem escuro, forrado de estrelas e sem qualquer sinal de começo, meio ou fim. Descrevi a cena um tanto confusa e falei que a mensagem era que Deus estava ali. Perguntei rindo se aquilo fazia algum sentido e ele respondeu: “Sim, muito. Pra mim, Deus é isso: o infinito”. E você? Já experimentou alguma vez algo que considera divino?

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O gêmeo solitário

Cheguei à casa do pai de santo cheia de curiosidade e um tanto ansiosa. Era a primeira vez que iria consultar os búzios e queria muito saber quem eram meus orixás protetores e ter previsões para o ano de 2010, que se iniciava.

Ele me explicou que, como não me conhecia, começaria perguntando ao oráculo sobre fatos marcantes do meu passado, para entender melhor o meu presente e, só depois, falar de algumas possibilidades de futuro. Não estava nos planos aquele momento retrospectiva, mas concordei.

De olhos fechados, ele sacudiu as conchas nas mãos, fez suas orações e as jogou sobre um cesto de palha rodeado de guias e pedras. Ao ver o resultado, fez cara de assustado, arregalou os olhos e me perguntou:

M3361S-3034– Você já fez algum aborto?

– Aborto, eu? Não – respondi assustada.

– Tem certeza?

– Claro que tenho.

Ele jogou os búzios novamente. Mais um vez arregalou os olhos e insistiu:

– Pode ter sido um aborto espontâneo…

– Não, nunca.

– Às vezes acontece e a mulher nem percebe…

– Olha, tenho certeza absoluta de que nunca engravidei  – retruquei impaciente.

E aos dois minutos de consulta, eu já me arrependia de estar ali. Comecei a achar que ele era charlatão e estava bem irritada com o tom pessoal e íntimo das perguntas. Além disso, na época, eu era a freak do anti-concepcional: tomava pílula e usava camisinha em absolutamente TODAS as relações, mesmo namorando. Só não coloquei DIU como proteção adicional porque o médico me convenceu de que não havia necessidade.

Ele respirou fundo, jogou os búzios pela terceira vez, fez a mesma cara e mudou a pergunta. Mas não o tema:

– E a sua mãe? Ela teve algum aborto espontâneo antes de engravidar de você?

– Não. O que sei é que minha mãe engravidou inclusive bem antes do planejado, quando minha irmã tinha apenas seis meses. Não houve tentativas anteriores.

Aí quem se irritou foi o pai de santo:

– Olha, minha filha, não é possível! Os búzios estão dizendo que existe um aborto na sua vida! Que você presenciou uma morte dentro do útero. E isso é muito marcante na vida de uma pessoa. Me conte melhor como foi essa gravidez….

Foi então que lembrei de uma história que um dia minha mãe contou por acaso, sem dar muita importância. Ela disse que quando engravidou, o médico informou ao ver o primeiro ultrassom que ela teria gêmeos. A gestação dupla, porém, durou pouco… depois de alguns meses, ela teve um sangramento forte, foi ao médico, fez um novo ultrassom e soube que, infelizmente, tinha perdido um dos bebês. Mas o outro seguia ali firme e forte (eu, no caso).

Quando falei isso, o homem ficou branco. Falou que era este o fato que os búzios tanto apontavam. E durante mais de um hora, ele me explicou sobre a importância de tudo o que vivemos dentro do útero, as consequências daquela experiência na minha vida e sobre como eu deveria ser grata pela minha existência.

Saí da consulta bastante abalada. Nunca (mas nunca mesmo) poderia imaginar que aquela história tinha alguma relevância na minha vida. Muito menos que seria a causa de questões dolorosas e profundas da minha personalidade. Desde então, foram muitas pesquisas, experiências e processos terapêuticos que me ajudaram (e ainda me ajudam) a entender melhor o que essa perda de fato significou pra mim.

Na internet, descobri que em alguns países existem grupos de apoio a pessoas que perderam irmãos gêmeos. Li diversos relatos que descrevem dores parecidas e bem familiares pra mim: sentimento de não merecimento, uma solidão profunda e, principalmente, a sensação de que algo muito importante está faltando. Muitos depoimentos eram de pessoas que, assim como eu, nem sequer conheceram o irmão gêmeo, que ficou no caminho da gestação ou do nascimento.

Em uma leitura de aura sobre a minha gestação, descobri que o trauma daARVORE COM RAIZES LINDA separação ainda estava muito forte no meu inconsciente. E que a conexão de alma gêmea, que eu romanticamente tanto buscava em meus companheiros, era na verdade uma busca pela união que tinha vivido um dia no útero. E que era preciso curar a ferida pra conseguir ter um relacionamento real e não idealizado.

Com a constelação familiar, tive a incrível oportunidade de olhar pra esse irmão, que passou quase despercebido pra minha família, mas que ainda estava tão intimamente ligado a mim. Pude olhar pra ele, reconhecê-lo, agradecê-lo e dar-lhe um lugar de muita honra. Senti um alívio tão grande que é difícil descrever com palavras. Foi como se tirasse uma mochila cheia de chumbo das minhas costas, que eu nem sabia que carregava.

Nas sessões de respiração de renascimento, “voltei” para o útero e senti no corpo físico a dor da separação e da perda. Foi como se tivesse voltado no tempo e terminado de sentir uma dor que, de tão grande, precisou ser digerida em etapas. E ainda está sendo.

E cada vez que investigo um pouco mais, me descubro um pouco mais. Me entendo. Novas peças se encaixam, mudanças acontecem.

Descobri que, apesar de traumática, a experiência me trouxe uma enorme capacidade de entender a dor do outro, uma facilidade enorme de sentir compaixão. É como um presente que foi deixado pelo meu irmão. E que eu nunca teria descoberto se não tivesse ido atrás dessa história. Se não tivesse tentado entender minhas próprias dores.

E junto com esse presente, veio a percepção de que nossas feridas são como valiosas chaves, que nos abrem portas secretas para a transformação. E ter coragem de abri-las é o caminho para curar a alma. É se apropriar da própria história.

Finalmente entendi, como o pai de santo já tinha me avisado, que nem adianta querer saber do futuro sem antes entender o passado. Sem saber direito quem se é. Auto-conhecimento é, na verdade, um grande investimento. E um futuro mais bonito é apenas consequência.

 

 

 

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