A mulher está afoita na biblioteca. Os olhos nervosos correm pelas prateleiras, passando rápido por fileiras e mais fileiras de livros. E vai lendo bem rápido: título, assunto, autor. Há tempos que busca algo que não sabe bem o que é. Uma leitura profunda, que faça sentido. Um conhecimento que preencha a sua alma.
No canto da última prateleira, um livro bem velho, meio mofado, chama sua atenção. Mas ela finge que não vê. Segue passando os olhos compulsiva e rapidamente pela estante e volta a topar com aquele livro que parece estar ali esquecido há décadas. O couro da capa já foi carcomido por brocas. Dentro dele, páginas e mais páginas amareladas com a história da sua vida e da sua família. Registros não só da sua biografia, mas de todos que vieram antes dela: avôs, bisavós, mães, tios, pais. Ela então o pega e folheia com um misto de espanto, curiosidade e desprezo. Ainda não sabe, mas esse é o livro que tanto procura.
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