Na sala de aula, na frente de uma grande fileira de carteiras, a professora escreve na lousa e explica alguns conceitos aos alunos. Sentada na cadeira de madeira, a menina escuta atentamente e faz anotações. Mas a aula é massante, chata. A classe toda parece desinteressada.
Buscando algum conforto, ela olha pelo vidro da janela e observa os alunos que já estão brincando no pátio. A tão sonhada hora do recreio estava por vir! Ela olha pro relógio na parede, olha pra professora. Até que finalmente, bate o sinal e as crianças saem correndo em fuga…Do lado de fora, na grama, é a maior festa! Elas pulam corda, correm, jogam futebol, giram em roda. Como é bom poder brincar e fazer o que quiser.
Mas minutos depois, a professora chama os alunos de volta para sala, batendo palmas. A menina respira fundo, entra e volta a sentar na mesma carteira. A aluna continua e ela segura o queixo com as mãos pra tentar prestar mais atenção e não pegar no sono.
Foi assim durante toda a vida escolar.
Hoje, mulher adulta, ela chega cedo no escritório para trabalhar todos os dias. Sentada na cadeira, de frente para o computador, ela digita rápido e realiza suas tarefas com eficiência. Está cansada, mas o sentimento de obrigação e normalidade a fazem continuar. Depois de horas de trabalho, entediada, ela resolve dar um tempo e busca no computador opções de lazer para o fim de semana e destinos de viagens para as férias. Continua sempre a espera da hora do recreio.